Todos os dias à noite, quando os vejo a dormir e lhes dou um beijo de boa noite, penso sempre que já passou mais um dia. Que os tenho assim pequenos menos um dia.
8 e 10 anos. Para onde foram estes dias todos que já passaram?
E, inevitavelmente, num exercício mental de balanço antes de adormecer, pergunto-me sempre se soube aproveitar bem os bocados em que estivemos juntos.
Andava à procura de um mapa mundo para pôr no quarto dos filhos, quando descobri um em forma de puzzle. Dois coelhos de uma cajadada só, pensei, é uma atividade que podemos ir fazendo em família e fazer o puzzle vai dar-lhe uma maior noção da distribuição dos países pelo mundo.
Teoricamente, perfeito.
453 peças, com o recorte das peças a respeitar a fronteira da maior parte dos países.
Na prática nem tanto.
As peças não encaixam, apenas se encostam as fronteiras umas às outras e, ao encostar uma, vamos desviando e desmontando todas as outras. Além de que os 2/3 de água no planeta equivalem a 2/3 de peças completamente azuis. (Lembrar que a ideia é ser feito pelo crescido, com algum apoio nosso e umas achegas do mini.)
Temos o puzzle desde o Natal a ocupar-nos a mesa da sala e hoje lá demos um grande avanço.
Já jurei mil vezes que não lhes comprava mais nenhuma caderneta. Que ao princípio é tudo muito giro e queremos cromos, mãe, só mais uma saqueta, mãe, e compramos com o nosso dinheiro, mãe, e ao fim de duas semanas já ninguém quer saber de cromos nenhuns e ando eu feita tonta a insistir para que abram saquetas e colem cromos que estão abandonados pela sala e para que completem o mais possível a caderneta.
Mas o chão da sala, palco de inúmeras brincadeiras e invenções, naturalmente salpicadas com quezílias e cumplicidades, continua cheeeeeeeeio de playmobil.
Jogo começado ontem e terminado hoje. Sempre depois do jantar. Cartões para mim e para o filho crescido, o filho pequeno encarregue de tirar e "anunciar" números.