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pai João e mãe Sofia

pai João e mãe Sofia

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A minha mãe, sem qualquer espécie de conotação pejorativa, diz que criamos os filhos como os ciganos: ao colo e à mama.

E tem razão. Os miúdos viveram os primeiros meses de vida atracados a nós, enfiados em panos e slings, sempre com uma maminha disponível para qualquer fome de barriga ou de coração.     

 

Talvez por isso (ou não, pode ser mesmo genético) este filho mais velho tenha crescido assim.

É um doce, cheio de mimos, beijos e festinhas para dar e pronto a receber. Tem um coração do tamanho do mundo que se preocupa com quem lhe parece triste e que não o deixa sequer zangar-se com o irmão que lhe bate ou tira um brinquedo. Pode afastá-lo, mas a seguir vai a correr dar-lhe um beijinho. Ou senta-o no chão mas, se o mano chora zangado ou magoado, as lágrimas vêm-lhe aos olhos também.

É incrivelmente justo e valoriza a amizade de uma forma tão segura que às vezes fico de coração apertado a pensar nas tristezas que o futuro lhe pode trazer.

 

É generoso e genuinamente bom. Partilha tudo o que tem e não tem ponta de maldade.

Há uns meses fomos a um fast food e ele pediu para beber sumo (bebe sempre, sempre água). Eu respondi-lhe que não porque a água é que fazia bem. Ele, em tom arrastado já denunciador do cansaço, choramingou Maaaaaaasssss pooooooooorquêêêêêê???? O pai atirou-lhe em tom de gozo Porque somos muito maus!!! E a criança, cansada, com fome e com um sumo negado por uns pais tiranos, reclamou prontamente: Não são nada!!!!!!

Deixei-o beber o sumo, claro.