Hoje o dia de escola não correu bem ao filho crescido.
Não acabou um trabalho na escola (aposto que esteve na converseta), teve erros a mais num ditado (que sabia que ia ter hoje e ao qual não fez uma única menção no fim de semana) e, para terminar em beleza, deixou na escola o livro com um dos trabalhos de casa.
Quando, ao sábado de manhã, desarrumam e recortam cartolinas, folhas de papel, pedaços de musgami e de papel autocolante, saibam que só vos sorrio e vos ajudo a desenhar e a recortar sempre que pedem, porque acredito piamente que a criatividade, a autonomia e a capacidade de pôr em pé um projeto que nasce de uma ideia são bens essenciais para o futuro.
Saibam também que, apesar da minha aparente disponibilidade e das minhas palavras de apoio, no meu interior, digo palavras menos simpáticas e tenho pensamentos muito maus quando, às 11 da manhã de um sábado, tenho a sala revirada e o chão da casa inteira coberto de bocadinhos de cartolina, papel, musgami e papel autocolante... e cola líquida a precisar de ser raspada da mesa da sala. A mesma que está coberta de canetas e lápis que vão escorregando para o chão.
Eu juro que apoio a criatividade. Que coleciono caixas de cartão. Que vos mostro livros com ideias giras de artes plásticas. Que mantenho os materiais em sítios sempre muito acessíveis. Mas às vezes custa tanto...
Assim como assim, prefiro quando me pedem que faça panquecas quando ainda tenho um olho meio aberto e outro meio fechado, às 8 da matina de um dia de fim de semana (aqueles em que eu gostava mesmo muito de poder dormir um bocadinho mais...).
Mãe Sofia
p.s. - mas os escudos, as espadas, os postais e afins ficaram muito, muito giros!