Confesso que estava com algum receio de vir. O pai João a semana toda fora do país e eu ponderava se o esforço de fazer malas, arrumar tralhas e fazer 200 e tal quilómetros para cada lado compensariam os 3 ou 4 dias de descanso. E depois pensava, descanso? Qual descanso, sozinha com os dois? Mas arrisquei e vim.
E fiz tããããão bem!!!
É certo que passei os dias a jogar raquetes e futebol e uma espécie de polo aquático, além dos incontáveis jogos de uno, zadrez e glória. E monopólio! Mas consegui também estar esticadinha na espreguiçadeira e li um livro quase inteiro. E mais do que isso, estivemos juntos e felizes, fora do ambiente de sempre e das obrigações caseiras. Não se acendeu a televisão e só peguei no computador à noite, com eles já adormecidos.
Hoje foi dia de voltar, mas a verdade verdadinha é que queríamos mesmo ficar...
Eles não são grandes apreciadores de praia e é preciso quase que arrastá-los para virem. Eu também não sou grande fã, mas confesso que vir em junho e fugir das confusões de agosto torna a praia bem mais apetecível.
Fizemos castelos, saltámos ondas e comemos bolas de berlim. O que pode haver de melhor?
Quem olha para ele percebe que é muito parecido com o pai e, à medida que vai crescendo, também as expressões, a postura e a forma de andar vão sendo cada vez mais pai. Mas tem um feitio tão parecido com o meu que muitas vezes lhe adivinho as dúvidas, as angústias, as preferências.
Até me vieram as lágrimas aos olhos quando hoje, enquanto o mini dormia a sesta, dei por nós assim.
Trouxe para casa os livros e cadernos da escola. Está tudo ainda na mochila mas, por curiosidade, folheei o dossier e dei comigo às gargalhadas com alguns dos seus primeiros textos. Este, escrito algures em maio (acho eu), está uma delícia.
Vicente, o rapaz que queria dar a volta ao mundo
Um dia, um menino chamado Vicente, que era rico, tinha o sonho de dar a volta ao mundo. O Vicente foi à cozinha onde estavam os seus pais. E disse:
- Pai e mãe, eu quero dar a volta ao mundo inteiro!
Os pais ficaram orgulhosos por o seu filho querer dar a volta ao mundo e ter garra para isso. Então os pais deixaram-no. O Vicente lá foi para Espanha, para a Rússia, França, Alemanha e Dinamarca e quando chegou a casa disse:
- Eu aprendi a dançar sevilhanas e gostei de estar na Alemanha!
Continuamos a experimentar brinquedos novos todos os dias!
O crescido adora jogar monopólio e hoje passámos a manhã a jogar a versão jogo de viagem que a sua querida M. Liliana lhe ofereceu. Até o mini jogou connosco!
Este mês acabaram as sestas na escola e o mini tem tido alguma dificuldade em adaptar-se ao novo ritmo. Adormece no carro muitas vezes, no regresso a casa, e hoje, depois da aula de natação, caiu literalmente para o lado, ao meu colo, enquanto esperava o fim da aula do irmão.