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pai João e mãe Sofia

pai João e mãe Sofia

Dois anos depois

Passam hoje dois anos desde que a nossa família mudou. Perdemos um dos pilares, o meu avô.

    

Chorei pela minha perda, pela perda da minha avô, pela perda do meu pai. Chorei pelo meu avô que não vai ver os meus filhos crescerem, nem vai conhecer os filhos dos meus primos, que ainda hão-de vir. Chorei pelo facto de o mini não ter sequer a oportunidade de se lembrar dele, de, apesar de lhe conhecer o rosto das fotografias, não ter memória do som da sua voz, das suas histórias, das suas gargalhadas. Chorei com o medo de que tudo se transformasse e nada voltasse a ser igual.

   

E, como não sou boa de lidar com sentimentos mais profundos, demorei a fazer o luto. Lembrei-me do meu avô todos os dias, chorei alguns, mas fiquei praticamente incapaz de falar nele. Ou de entrar em sua casa. Porque isso me fazia sempre esbarrar com a realidade dolorosa de que ele já não estava connosco.

  

Entretanto, já depois deste último verão, percebi que tinha finalmente de crescer. Mais que não fosse porque, ao nunca falar do meu avô, estava a privar os meus filhos das poucas memórias que têm do seu bisavô. E recomecei então a falar-lhes dele. A mostrar-lhes fotografias. A lembrar-lhes o quão importantes eram para ele. A lidar com as perguntas do porquê e do como e do onde estará agora.

     

E por isso hoje, que passam dois anos desde que o meu avô nos deixou, falo dele aqui. Porque já consigo. E porque os miúdos agora também têm falado nele.

    

Um beijinho avô. Meu e deles.

     

So this is Christmas...

  

 

  

A véspera de Natal é um aconchego para o coração. Uma casa cheia de pessoas de quem gostamos e que nos mimam tanto. Uma casa quentinha. Um casa com a mesa cheia para ir comendo ao longo da noite. Uma longa fila de presentes para toda a gente. Para irmos abrindo, um de cada vez, sem pressas e dando atenção a cada um deles.

Os miúdos presos nas conversas e nas brincadeiras. Ansiosos pelos presentes.

    

Este ano, com a véspera de Natal e o almoço de Natal a acontecer a mais de 50 quilómetros de casa, mas em casas quase ao lado uma da outra, decidimos pernoitar por perto. Foi uma ótima decisão e deu-nos direito a não fazer viagens tão longas de lá para cá e de cá para lá, além de uma manhã de Natal muito mais descansada.

    

 

    

Tudo tão bom. Tudo tão rápido. Tantos preparativos, tantas expectativas e em menos de 24 horas já passou tudo...

   

Agora ficam as memórias e as fotos. E os jogos de bingo e de semáforo louco e de skylanders...

E também o desejo de que para todo o sempre os Natais se mantenham assim.

    

1, 2, 3... QUATRO

  

  

Um dia muito especial para o mini-filho e uns quatro anos cheios de alegrias!

  

Este mini-filho que ainda parece que há tão pouco estava enroladinho aqui dentro. E depois cresci e tive de sair, não foi, mãe? Que há tão pouco nasceu e que parecem tão perto os dias em que ficava o dia inteiro a olhá-lo, a cheirá-lo... a babá-lo.

  

Este último ano trouxe-lhe, a pouco e pouco, mais maturidade. Mais vontade em respeitar o que lhe é pedido, um bocadinho mais de tolerância às frustrações e birras mais controláveis. Quando às vezes leio os posts que aqui escrevo sobre ele, fico sempre com a ideia que a imagem que passa é que ele é um traquinas terrível e... não está longe da verdade. Basta dizer, por exemplo, que foi à festa de Natal da sua sala na semana passada quase sob ameaça, depois de ter ficado de castigo em quase todos os ensaios e de o ouvirmos cantar em casa as músicas da festa com letras alteradas e vozes de vários tipos... Estávamos mesmo a ver a coisa a dar para o torto, em cima de um palco e à frente dos pais de mais de 40 crianças. Acabou por se portar lindamente.

  

Mas continua o miúdo mais doce do mundo - anda na fase dos beijinhos na boca à sua amorada Vera (3 anos) por mais que os pais de ambos tentem controlar a situação - e todo social. Na semana passada foi com o pai ao hospital por causa de uma conjuntivite e o pai, que perdeu umas boas horas de trabalho de manhã, diz que mais valia tê-lo mandado sozinho de táxi. Que entrou todo lampeiro corredor fora, deu os bons-dias à médica, explicou o que se passava, deixou que o observassem e, no fim, recebeu a receita dos medicamentos. Pelo meio ainda contou tudo o que achou pertinente sobre a sua vida e foi perguntando coisas sobre o gabinete e os instrumentos à vista. O pai diz que a única vez em que abriu a boca foi para confirmar que era uma gota em cada olho.

     

Mas, mini-filho, que certamente irás ler isto daqui a muitos anos, mesmo com estas peculiaridades todas - ou talvez por causa delas, que muitas vezes emociono-me só de olhar para ti e quando vejo tão nitidamente a tua genuinidade - amamos-te muito, muito, muito. Do fundo dos nossos corações e até ao topo da montanha mais alta do universo e arredores.

    

Muitos parabéns, filhote!!

      

Querido Pai Natal,

O filho mais velho foi super criterioso. Escolheu meia dúzia de coisas do catálogo e sabe que só vai ter uma, como sempre.

Adorei a seta explicando ao Pai Natal que o comando serve para jogar o jogo para a Wii e o desenho que fez do jogo do Semáforo Louco porque tinha perdido a imagem que tinha recortado. Já no fim de tudo encontrou-a e colou-a mesmo ao lado.

   

   

O mini-filho recortou tudo quanto encontrou (e eu deixei porque precisa muito de praticar o recorte) e depois foi colando até se lhe acabar o espaço na folha. Está determinado em ter uns patins e um skate... e eu nem sei o que achar disso. Por um lado são a cara dele, por outro tenho medo que quando perceber que andar em cima deles não é fácil, queira desistir (e, por enquanto, deixamos fora da equação as mazelas que vêm sempre com estas traquitanas). Também sabe que só vai ter um presente do Pai Natal... mas tem a enorme vantagem de fazer anos entretanto.