Para quem diz que os seus desportos favoritos são golfe e snooker - embora seja verdade que tem andado ao rubro com o futebol - tem sido uma surpresa o fervor com que o crescido tem acompanhado os Jogos Olímpicos.
Viu a cerimónia de abertura dos jogos olímpicos até não conseguir levantar mais as pestanas e tem passado os dias de volta da televisão, entre um canal e outro, à procura das várias competições. Ontem tive de o obrigar a ir andar de bicicleta, hoje arranquei-o da sala logo de manhã e levei-o(s) para a piscina toda a manhã. Fora isso: vólei de praia, andebol, remo, natação nos seus variadíssimos estilos, ciclismo, ténis de mesa, tiro ao alvo, halterofilismo, judo.. Papa tudo, super interessado em nomes de atletas e bandeiras. E agora, com medalhas à mistura, a animação subiu para outro nível.
Brincam sempre juntos mas chateiam-se muitas vezes. Principalmente porque o crescido é cheio de regras e o mini é um anarca de primeira apanha. Hoje o crescido gritava-lhe:
Hei!! Este jogo tem regras: EU é que mando!!
E apesar de ser complicado gerir conflitos a toda a hora, há alturas em que não podemos mesmo deixar de sorrir.
Desde que começou a ir para a piscina com a escola, descobriu a existência de braçadeiras. Viu, experimentou... e pediu. Andou o mês inteiro a desejar umas braçadeiras e o pai ontem acabou por lhe comprar umas.
Pois bem, o nosso descanso acabou!
Se até agora nunca tinha largado a piscina dos bebés - à exceção das aulas habituais de natação - hoje atirou-se à piscina de adultos como se não houvesse amanhã. Ele nadou de frente, nadou de costas, boiou, esticou pés e... descobriu a delícia dos mergulhos.
O pai trouxe-os de surpresa para o filho crescido. A caminho de casa comprámos um terrário e, quando se falou em ir apanhar silvas, o crescido adivinhou logo qual era a surpresa.
Os novos habitantes cá de casa são uns simpatiquíssimos (e estranhíssimos) bichos pau.
A ideia era levar apenas o crescido ao oftalmologista, uma vez que vai entrar no 1º ano. Mas o mini passa a vida a cair e a ir de encontro a tudo o que lhe aparece pela frente, que decidimos levá-lo também.
Adoraram os testes todos que fizeram - bem divertidos por sinal - e, por agora, estão ótimos.
P.S. E ainda bem que levei o mini e fiquei com a certeza de que vê muito bem. À tarde, no espaço de 5 minutos, estatelou-se duas vezes no campo de jogos e esfolou-se todo no peito, na barriga e nos braços.
... que és um mestre na arte de saberes mostrar que estás cansado, que estás farto dos horários loucos dos fins de semana e do cansaço extremo das atividades dos tempos livres. Que sabes tão bem demonstrar que precisas de férias, de dias sem correrias e de sestas diárias bem dormidas.
Tu, mini filho, aguenta só mais esta semana, por favor. São só mais quatro dias...
Sem repetires, se conseguires, a birra de três horas de hoje.
A par com a minha choradeira a cada dente que lhe cai, a tristeza e o aperto no coração cada vez que vejo fotografias de crianças pequenas. Os dentes pequeninos, certinhos, alinhadinhos. O sorriso de gente pequena que eu não vou ver mais na minha criança crescida.
E apesar de neste momento poder fotografar o sorriso mais delicioso e desdentado de todos os tempos - agora que lhe caiu o quarto dente, o primeiro à nossa frente - encará-lo como cada vez mais crescido dói cá dentro. Muito.
Podia realmente ter durado mais tempo. Tipo casamento cigano de três dias. É que sorrio sempre que penso no dia. E os miúdos que gostaram tanto.
Um dia dedicado a eles. Fotografias deles por todo o lado, a família e os amigos de sempre a mimá-los o tempo todo. Comidinha boa, as músicas preferidas da rapaziada que continuamos a ouvir em modo repeat cá em casa, mergulhos na piscina depois da digestão feita e karaoke. Amigos e mini amigos para brincar. E com quem dançar e cantar. Bolo de chocolate. Brinquedos novos, uma casa para o quintal e um trampolim. E roupa.
Um misto de Natal e aniversário coletivo ao mesmo tempo. E as pessoas todas de quem gostamos mesmo ali à nossa mão. A partilharem esta alegria toda connosco.