Todos sabemos que é super normal, que são fases que os miúdos atravessam, que faz parte do crescimento e etecetera e tal... mas viver com um João Pedro imaginário que aparece em todas as situações e com quem o mini troca impressões amiúde está a ser uma experiência... hum... nova.
Perante várias adversidades à hora do almoço - todas com origem na mesma mini pessoa - eu e o pai João fomos brincando com a situação e chegámos à conclusão que o mini podia ser autor de livros com títulos como The art of negociating at the age of 3 ou How to manipulate your parents.
Depois do Pai Natal se ter desenrascado com a bicicleta e o carrinho que os avós tinham para lhes dar, a dúvida: damos já ou esperamos pelo dia de Reis?
Na véspera de Natal à entrada de casa de uns amigos bateu com a nuca no chão.
Antes do jantar, o meu primo lançou-o ao ar e ele bateu com a cabeça no candeeiro da sala. Foi só (só?) um galo mas juro que quando ouvi a pancada achei que a nossa véspera de Natal tinha acabado ali. O instinto do pai foi procurar as chaves do carro no bolso das calças.
Depois do jantar deu outra cabeçada no chão e ficou com o tapete da sala marcado na testa e antes ainda de abrir prendas bateu com o queixo na mesa de centro e ficou logo com uma nódoa negra bem escura.
Na manhã de Natal, a passear a Ginja, um poste apareceu-lhe à frente. Um sobre-galo em cima do galo do candeeiro e um joelho todo negro.
Uma vizinha convidou os miúdos todos das redondezas para fazerem bolachas de Natal hoje de manhã.
Levámos os nossos e apareceram mais 7. Fizemos bolachas, comprometi-me a ficar o resto do dia com uma das miúdas, cujos pais precisavam de sair, e demos almoço aos 9 no quintal da casa da vizinha.
Voltámos para casa já passava das 4 da tarde, comprometidos a fazer etiquetas com mensagens de Natal, para os miúdos irem distribuir as bolachas que fizeram pelos vizinhos, depois de jantar.
O crescido mais relutante, com os seus medos em relação a experiências novas, contou vários momentos preferidos e até do almoço gostou. Vinha cansadíssimo e adormeceu nos 10 minutos de caminho até casa.
O mini estava nas nuvens. Teve de ser arrastado para se vir embora, claro, e passou o resto do dia a falar entusiasmado sobre o que se passou e o que fez durante o dia. Vinha num xitex desgraçado e andou às voltas e voltinhas na cama até conseguir adormecer.
Hoje os pais trabalham os dois e os filhos foram passar o dia ao campo de férias onde o crescido esteve na primeira semana de setembro.
Foram felizes e contentes. O mini com a oportunidade de fazer uma coisa que tanto desejava, o crescido com a perspetiva de um dia de aventuras e a responsabilidade de tomar conta do mini.