Ontem ao serão, já com o crescido a dormir, o mini ainda andava aos pinotes na sala.
De repente, foi apagar a luz e repetiu, tal e qual, o espectáculo de dinossauros (inspirado no Walking with Dinosaurs visto no ano passado) que o crescido costuma fazer no palco que é o tapete da nossa sala.
Cheguei sozinha à bilheteira do Pavilhão Atlântico e, assim que a senhora do balcão olhou para mim, escolheu duas folhas A4 do meio de muitas outras e preparou-se para me atender.
Boa tarde! Queria bilhetes para o Disney on Ice, se faz favor.
E ela pegou nas folhas que já tinha ao lado, com o mapa do pavilhão, e mostrou-mas Quer para que zona?
?? Mas já sabia que eu ia querer bilhetes para o Disney on Ice?
Disney on Ice ou Gormiti. Responde prontamente abanando as folhas: uma com o mapa e os preços para o espectáculo da Disney, outra sobre o Gormiti.
Que o mini já diz tudo não é novidade. Fala, repete respostas que lhe damos ou expressões que ouve de pessoas que passam por nós e também já conversa, no sentido de haver um diálogo a sério. Hoje, por exemplo, contou à avó que tinha ido ao teatro ver o cão, o gato e a carochinha.
Mas o que ultimamente me tem admirado é a sua noção tão precisa de conceitos como pesado / leve, grande / pequeno, fome / sede, cheio / vazio, dentro / fora, entrar / sair, molhado / seco... Mas ele usa muitas vezes estas expressões, sempre correctamente, e eu, pouco habituada a ouvi-lo sequer falar, acho-o a crescer a uma velocidade estonteante.
Todas as semanas o mini leva um lençol para a escolinha. Não é um par, é mesmo só um de cada vez.
E leva sempre, sem excepção, o lençol de um conjunto que foi meu. São lençóis que têm 30 anos, que aparecem nas minhas primeiras fotografias de bebé em que estou deitada no berço, e que tenho a certeza que embalam o meu bebé no mais doce dos sonos.
Afinal, são lençóis cheios de experiência.
E isto vem a propósito de hoje, à vinda para casa, termos tido o convite do primo Miguel para passar numa das casas dos meus avós onde estão guardadas todas as antiguidades (leia-se, tralhas) da família. Estava a dar volta a caixas de antigos brinquedos seus e, quando chegámos, já tinha jogos e legos separados por temas e idades. Trouxemos connosco 3 caixas de legos com quase 20 anos e quase nem ouvimos os filhotes (e o pai João) durante todo o fim de tarde e serão.
Nas caixas lá de casa ficaram guardadas as minhas barbies, barriguitas e nenucos. Quem sabe um dia...
Na quinta-feira passada dissemos o adeus definitivo às fraldas durante o dia. Tem-se portado muito bem e, mesmo com a festa de ontem, as calças e as cuecas sobreviveram.
Entretanto, tem andado obcecado com os chichis na rua e não há canteiro ou plantinha que lhe escape. Até no nosso quintal, a três passos da casa-de-banho, teve (porque teve) de baptizar a hera.
Dizem que os cães ao longo dos anos se vão parecendo com os donos. E os donos?