Perante o nosso queixo caído e o ar incrédulo do irmão, o mini despacha brócolos, cenouras, grelos, espinafres, tomate, alface e feijão verde a toda a velocidade e com um ar muito satisfeito.
Aliás, verdade seja dita, este miúdo é um consolo. Esta sempre pronto a provar de tudo e a debicar de qualquer prato.
No último dia de aulas trouxe para casa o livro de inglês e um mega-livro com folhas de cartolina onde vinham colados muitos dos trabalhos que fez ao longo do ano. Vinha inchadíssimo e mostrou tudo cheio de vaidade.
Nos dias seguintes voltou a rever os trabalhos todos, de inglês e português, sozinho, em versão nostálgica. Um doce.
A avaliação também foi muito positiva. Nota máxima em tudo a Expressão Musical, Bom nos itens de Expressão Dramática e Educação Física (à excepção do entusiasmo com as actividades onde teve Muito Bom), elogios rasgados da professora de inglês e no impresso das educadoras pouquíssimas cruzes nos itens em progressão e apenas uma num objectivo não atingido: usar os talheres. 100% justo! A hora das refeições é a única coisa difícil neste filho e fazê-lo comer é já uma epopeia, quanto mais de faca e garfo. Uma coisa a treinar nas férias.
Foi um ano cheio de novas conquistas. Educadoras e amigos novos, rotinas e actividades diferentes, comida a que não estava habituado e um número enorme de crianças a partilhar o recreio e a vida. Uma língua nova a ser aprendida...
O saldo é positivo. Ele é feliz na escola e gosta de lá estar. Gosta dos amigos e os adultos tratam-no nas palminhas.
O único senão é o facto de ter de o convencer todos os dias a sair da cama (Vá, vamos lá que hoje é dia de Ginástica! ou Anda! Sabes que hoje há Assembly?) mas acho que isso é feitio. Gosta de ir mas se puder ficar alapado a um de nós, melhor.
Quanto a mim, estou satisfeita (embora ache que às vezes se podia/devia ir ainda mais além) mas do que gosto mesmo, mesmo é de o ter mesmo à mão de semear e de me cruzar com ele nos corredores de vez em quando. :)
Na semana passada fomos à reunião de final de ano na creche do mini.
Dez meses de escolinha (os primeiros de sempre) resumidos em comentários, pareceres e fotografias. Correu muito bem a adaptação dele às crescidas da sala e aos amiguinhos (obviamente favorecida com o facto de 90% dos dias ter ido só da parte da manhã) e sei, porque o vi muitas vezes e porque as fotografias o mostram, que as actividades que foram feitas (desde os percursos às digitintas, passando pelas piscinas e pelas experiências com texturas) o enriqueceram e o fizeram ainda mais feliz, ou não fosse ele um miúdo de acção.
O ficheiro que nos entregaram com a avaliação fala num bebé aventureiro, sem medo de novas experiências, muito ligado à música, sempre bem-disposto e cheio de mimo.
Estamos muito satisfeitos com o trabalho feito (como aliás já tinha acontecido com o filho crescido).
Uma calma estranha durante toda a reunião que não tem só a ver com o ser o 2º filho. Prende-se principalmente com o facto de o saber preparado para a nova etapa, coisa que não aconteceu com o filho crescido nesta fase. 6 meses de diferença fazem realmente diferença, o V. era o mais novo da sala e o mini é dos mais velhos. Prefiro assim.
Sei que ele está pronto para o novo ritmo sem sestas a toda a hora, para as idas ao refeitório, para as brincadeiras no jardim e para todas as experiências novas que lhe vão proporcionar.
Na semana passada fui com os dois a uma acção da Ciência Viva no Museu Nacional de História Natural.
Já lá tinha estado com o filhote crescido e na altura pensei que seria engraçado passear com eles no Jardim Botânico. Numa próxima oportunidade até podíamos ir ao Borboletário... Mas a ideia do Borboletário fez aparecer imediatamente na minha cabeça a previsível imagem do filho crescido cheio de medo de borboletas e do mini filho a tentar apanhá-las e apertá-las. Comentei com o pai a minha antevisão e desisti de pôr a ideia em prática sozinha com os dois.
Desta vez levei os dois a ver dinossauros e o pai João foi lá ter connosco já no fim. Decidimos então ir ao Jardim e ao Borboletário.
Ao fim de 5 minutos lá dentro tinha o filho mais velho ao colo a chorar descontroladamente E ela pousou-me na barriga... Buuuuuááááá.... E eu não queria a borboleta na barriga... Buuuuuááááááá... Quero ir embora daqui!!
Distraímo-nos com a choradeira e quando voltámos a pensar no mini, à solta no chão, já ele ia de mão esticada a dois centímetros de uma borboleta, prontinho para a investigar e apertar.
O crescido não saiu mais do colo, o mini foi controlado até ao fim para não agarrar nenhuma borboleta.
A primeira semana de Julho foi passada na escola entre ateliês e idas à piscina. Um descontrolo das rotinas que se traduziu num aumento exponencial de birras em casa. Gostou (gostámos) do que fez nos ateliês, mas as idas à piscina com os amigos deixaram-no maravilhado.
Na segunda semana teve uma surpresa. Em vez de ir para a escola, inscrevemo-lo no Gymboree. Foi só de manhã, de termo com comida de casa em punho (uma coisa que me anda a pedir há imenso tempo para levar para a escola) e divertiu-se como há muito não me lembro. Foi fácil tirá-lo da cama todos os dias e vinha sempre cheio de relatos das actividades que fazia por lá. Até dos amigos novos falava!
Adorou, matou saudades do espaço e acabou a semana com um livro de registos do que fez por lá durante as manhãs.
Esta semana esteve já de férias comigo e com o mano em casa e de vez em quando, apesar de não trocar o estar connosco por nada, diz que tem saudades da escola e do Gymboree.
Olga Cadaval (o último concerto da temporada), Palácio de Sintra, Museu do Brinquedo e Parque do Alvito.
Uma mãe para dois filhos (o pai ficou refém da tese).
Uma trabalheira o dia todo (o concerto começou às 10h e voltámos a casa já passava das 19h), que dois braços são mais que insuficientes para dois cachopos tão pequenitos (e um cheio de borbulhas, ainda por cima). O mais novo 95% do tempo alapado ao meu colo (10 kg pesam!!), o mais velho 95% do tempo a fazer perguntas e a exigir respostas convincentes.
Mas foi bom, bom, bom.
Adorei ir passear contigo, disse ao mais crescido quando lhe dei o beijinho de boa-noite.