... se o filho crescido, a meio da tarde e numa corrida inocente pela cozinha, não tivesse caído e partido a cabeça.
Além do susto (que eu ia tendo uma síncope quando lhe vi o sangue a escorrer pela cara abaixo), a visita ao Hospital (o Centro de Saúde estava fechado) demorou tanto que acabámos por ter de cantar os parabéns ao mini sem a presença do mano e do pai João... Triste, triste...
O pai João conta que quando chegaram ao Hospital explicou que o filhote tinha partido a cabeça.
Eu? Não! Eu não parti a cabeça! Olha, não está partida! Vês? replicou indignado.
Lá lhe aplicaram uma cola e o rapaz ficou fino.
Quando chegou, já depois de um grande bocado de estar de volta a casa, respirei fundo e disse-lhe Dá cá um beijinho e um abracinho à mãe... A mãe merece! Que grande susto que a mãe apanhou! Dá cá miminhos, dá cá!
Na sexta-feira passada a madrinha do mini-filho convidou-nos para ir ao circo.
O mini acabou por ficar com o papá nas suas rotinas e soninhos (o circo começou às 21h) e eu aproveitei para fazer um programa especial com o filho crescido.
Vai daí, fomos mais cedo, andámos no Rossio a ver as iluminações de Natal e antes de ir para o Coliseu ainda jantámos hamburgers.
É claro que dispensávamos os números com animais (principalmente os tigres) mas o filhote deixou-se deslumbrar com os malabaristas, os equilibristas e os palhaços.
Para comemorar o primeiro aniversário do mini-filhote fomos ao Oceanário à tarde.
Calculámos que se fosse divertir (e nós e o irmão também) por lá mas a reaccão dele à visita superou toda e qualquer expectativa.
Este mini-filho lindo, curioso e sempre bem-disposto observou os peixes com muita, muita atenção e fartou-se de conversar com eles, principalmente com os que lhe passavam bem à frente do nariz. As lontras também lhe encheram as medidas e só ele sabe tudo o que lhes guinchou com tanta genica.
Enquanto por lá estivemos gatinhou, rebolou, pôs-se em pé, disputou os melhores lugares para observar peixes com o irmão... e só cedeu ao cansaço no carro.
Um dia em grande para o nosso pequenote.
Para o bebé pequenino que há um ano entrou nas nossas vidas e nos tornou ainda mais felizes. Mais completos.
O bebé que nos enche o coração só com um sorriso, que nos derrete com os seus beijos e que afasta todas as dificuldades do nosso pensamento quando se aninha no nosso colo e faz dele o centro do seu mundo.
Já entrei há uns dias no sentimento nostálgico do Ai... Há exactamente um ano atrás...
Os últimos ctgs, a contagem decrescente, os pontapés e os movimentos cá dentro com os dias contados, a barriga pesada (que saudades!!!), os últimos dias de espera, os preparativos para a chegada do bebé, os preparativos para o Natal...
Tudo (ok, quase tudo, a lombalgia não conta) guardado cá dentro com saudades. Tudo na memória dos afectos, mas também das sensações, das cores e dos cheiros.
Dizer que este ano passou rápido é quase um eufemismo. Passou a voar e eu continuo a admirar-me vezes sem conta das gracinhas todas que já faz. Normais para a idade, mas o tempo passou tão em fast-forward que eu ainda o sinto pequenino. Ele ainda é tão recente nas nossas vidas...
Quem acha que as etapas do segundo filho não causam tanta emoção, engana-se.
Nós vibramos, emocionamo-nos, perdemo-nos a olhar para ele e interrompemos tudo para chamar o outro só para vir ver uma nova gracinha.
O mini filho, minúsculo, diz olá, mamã e papá. Quase que juro que já o ouvi chamar a Ginja, mas foi só uma vez, por isso ainda não conta. Também sabe esticar os braços para trás e dizer uá! uá!, quando não há alguma coisa ou não está a pessoa por quem perguntamos.
Abana a cabeça para dizer que não e quando faz algum disparate, se ralhamos com ele, esconde a cabeça debaixo de um dos braços.
Brinca com tudo, mexe em tudo. Revira-me as gavetas da cozinha, abre portas de armários, puxa as bolas da árvore de Natal e entretém-se imenso tempo com uma caixa ou um alguidar e objectos que possa por e tirar de lá de dentro. Também gosta de arrancar bocadinhos de papel higiénico dos rolos ainda por estrear e de comer folhas de papel.
Os incisivos (já tem os 8) têm uma precisão quase cirúrgica e dá dentadas (em bolachas, pão, papel... nós) como gente grande.
Bate palminhas, atira beijos, faz alguns gestos da música das galinhas e sabe onde tem a cabeça porque lhe quando lhe perguntamos onde a tem, põe as mãos à cabeça e bate em si próprio todo contente.
Mas o que mais me impressiona são os discursos longos que faz com entoação, pausas e caretas, como se estivesse mesmo a produzir palavras e frases com sentido. Bem, na cabeça dele algum sentido há-de ter...
Ainda não mostra grande vontade em andar, mas gatinha por todo o lado e põe-se em pé e corre grandes distâncias agarrado a tudo. Tem um equilíbrio fantástico e raramente cai desamparado.
Escreveu a carta ao Pai Natal e vou-lhe falando nas lembranças que vamos oferecer. Foi comigo comprar a maior parte do que já comprei e gosta de o fazer. Escolhe comigo, dá sugestões e em alguns casos (principalmente nos brinquedos de crianças), acabei mesmo por ceder à ideia dele.
Mas não quero que cresça(m) a pensar que o Natal se resume a presentes.
Por isso lhe(s) falo tanto nos amigos e na família, o mais importante das nossas vidas.
Por isso lhe(s) falo no Menino Jesus e na sua história, mesmo que para isso tenha que pôr um pouco de parte as minhas (não) crenças.
No sábado foi com o pai João a um workshop de presépios de barro aqui na vila.
Pendurado na porta do quarto, tem um calendário homemade.
Para dar resposta aos constantes Mas afinal quando é que chega o Pai Natal? escolhemos um calendário na internet, imprimimos e pintou com lápis de cor.
Agora, assim que salta da cama, cola um autocolante no dia em questão.
Gostava de receber uma casa do Tarzan e um jogo do Panda Fu. Queria uma pista de berlindes e uns jogos para jogar na televisão. Eu gostava de ter um computador meu!
O que eu mais quero é a televisão de jogar.
Para o meu mano podes trazer um Frosty pequenino.
Para o pai queria que trouxesses um avião de brincar.
A mãe gostava de receber um violino.
Muitos beijinhos,
Vicente
A primeira carta ao Pai Natal.
Mais pela graça de escrever ao Pai Natal (ele gostou tanto, mas tanto!) do que pelo conteúdo do que quer.
A maior parte das ideias vem dos catálogos de brinquedos que lhe têm vindo parar às mãos e a televisão de jogar é uma consola V-smile (a sua perdição nas raras vezes que vamos ao piso dos brinquedos do El Corte Inglés). É claro que quer um computador só dele porque as visitas aos sites do Mickey e da Rua Sésamo são amplamente condicionadas pelos pais (chatos e controladores) cá de casa.
Depois perguntei-lhe E para o mano? O que achas que o Pai Natal lhe podia trazer? Então quis pedir um presente para o mano, para o pai e para a mãe.
Há uns dias atrás, no meio de uma livraria enquanto eu lhe lia uma história, tinha-me perguntado Ó mãe, quando é que escrevemos a carta ao Pai Natal? É que eu quero pedir-lhe umas pérolas para ti.