Deixámo-lo na creche com toda a equipa que tomou conta do filhote maior durante três anos e só isso já é meio caminho andado. Além disso, talvez por ser o primeiro dia em que a escolinha abriu este ano lectivo, só lá estiveram três bebés, R. incluído.
Se a estas condicionantes, juntarmos o facto do filhote só lá ter estado uma hora e meia... temos um sucesso, pois claro!
Ficou ao colo da educadora, mais interessado em observar a sala e os brinquedos do que nos meus beijos de despedida, e brincou o tempo todo. Depois o pai João foi buscá-lo quando o sono estava a chegar e por isso nem tiveram oportunidade de o adormecer.
Amanhã ficará mais um bocadinho, estando ainda em deliberação se já almoça ou não.
Só vacilou quando, já perto da hora de dormir, falei com ele ao telefone. Depois do meu inquérito exaustivo tomaste banho? o que comeste? comeste a sopa toda? não fizeste birras, pois não? e brincaste ao quê? perguntou-me ele:
E tu, mãe, onde estás?
Estou em casa.
A fazer o quê?
Estou a ver televisão. Com o pai e o mano.
Eu também quero ir aí ver televisão.
Amanhã vens para aqui ver televisão...
Mas eu quero agora...
Mudei de assunto, despedi-me e ele voltou a animar-se.
Esteve óptimo, dormiu bem, acordou bem disposto e adorou a experiência.
Quem também agradece que se repita é o R.
Teve dois progenitores totalmente dedicados a si. Tomou banho com calma, comeu sem os guinchos e as correrias do irmão em pano de fundo, teve direito a brincadeiras e a embalo para dormir.
Confesso que se este registo não fosse num blog, há muito que tinha perdido o fio à meada. Ser mãe de dois é muito mais exigente do que eu poderia supor e a falta de vontade de escrever reflecte a minha psique (muitas vezes) esgotada. A harmonia com que me costumam sair as palavras não se dá bem com o meu cérebro mal descansado.
Depois há ainda o conseguir escrever, mesmo quando estou desgastada, triste ou impaciente, memórias engraçadas, relevantes para nós, coisas importantes ou insignificantes... mas predominantemente alegres. Que a vida não é sempre cor de rosa, mas eu sou uma miúda positiva e optimista e quando for velhinha não vou querer ler queixume atrás de queixume.
Por isso vou fazendo o esforço.
Porque gosto de reler o que escrevi no ano passado ou há dois ou três meses; porque é um excelente auxiliar de memória; porque espero que um dia, já crescidos, os meus filhos leiam estes bocadinhos dos nossos dias e se emocionem com as etapas que foram alcançando e com a forma como foram desejados e com o quanto são amados.
Por nós. Pela família que assim (n)os conhece ainda melhor. Pelos amigos que se tornam ainda mais próximos.
Mesmo cinco dias atrasados, muitos parabéns ao nosso blog!