O mini dorme a escassos 2 metros da minha cara, acorda mil vezes durante a noite e, em mim, começou a nascer a teoria de que se ele não me tivesse tão ali ao pé, não acordaria tantas vezes.
Hoje arrastei-lhe a cama até ao quarto do irmão, ao quarto que agora é dos dois, encostei-a a uma parede e organizei as idas para a cama de forma a que adormecessem sossegados, um de cada vez.
Vamos ver como corre... Por enquanto, nada é definitivo.
Dormiu a noite toda dentro do saco-cama na sua casa-tenda (casa-tenda, porque tem a forma de uma casa mas é feita de tecido e dobra-se para ser arrumada). De manhã, felicito-o pela aventura.
Uau!! Dormiste na tua tenda! Isso é quase como ir acampar!
Não... Eu não fui acampar.
É quase como acampar. Acampaste na tua tenda aqui no quarto.
Ó mãe, mas isto é uma casa, não é uma tenda!
Não é uma tenda? Mas é de tecido...
Não. Isto é uma casa! A tenda é a dos círc(ul)os.
Acho que estou a precisar de umas liçõezitas do Baden Powell...
Ontem finalmente apanhámos as ervilhas que semeámos!
Foi engraçado ver o cuidado que tinha para puxar as ervilhas e não trazer o resto da planta atrás...
Ainda deu para encher um cesto de ervilhas e outro de espinafres...
Os espinafres estão na sopa e as ervilhas, depois de cuidadosamente descascadas pelos micro-agricultores, estão à espera de uma receita da chef cá de casa.
Temos o tema da festa escolhido, os convites pensados e o álbum dos 3 anos encomendado.
Agora vamos começando a preparar os detalhes da festa, atendendo telefonemas com pedidos de ajuda para as prendas e insistindo com ele para saber onde gostaria de passar o seu dia de aniversário e o que gostaria de receber.
E vou cheirando este ar de Junho e vou recordando com maior lucidez os sentimentos dos últimos dias da gravidez e dos primeiros momentos como mãe.
Tem a atenção exclusiva da terapeuta e da mãe, recebe festinhas e massagens mais de 90% do tempo e tem sempre brinquedos novos para mexer e lamber à vontade.
É claro que está sempre bem-disposto, pronto para a brincadeira e que parece um bebé super calmo! Nem percebo bem a admiração...
Esta semana saiu da sessão com uma espécie de tala feita com adesivo no braço esquerdo e nem isso o aborreceu.
O nosso mês de Maio foi longo. Longo e muito duro, sempre à espera que os dias até à consulta seguinte passassem depressa. Sempre com a esperança de ouvir notícias mais animadoras da boca do médico seguinte.
Desde os 2 meses que lhe notávamos um braço esquerdo menos móvel e mais torto. Falámos nisso ao pediatra na consulta dos 3 e dos 4 meses e ele acabou por nos encaminhar para uma consulta de ortopedia porque não estava a gostar do aspecto da coisa.
No espaço de um mês foi visto por um ortopedista descerebrado, uma ortopedista sensata, duas terapeutas ocupacionais e um neurologista. Todos concordantes na assimetria da posição e da mobilidade, mas sem perceber porquê.
Ontem comemorou o seu primeiro Dia da Criança com uma ressonância magnética ao cérebro com direito a anestesia geral e tudo porque em cima da mesa estava a hipótese de haver uma paralisia cerebral...
Não há. E nós respiramos de alívio.
Tem o cérebro perfeitamente normal e os nossos corações estão também (lentamente) a voltar ao seu ritmo normal.
A hipótese mais assustadora está posta de parte, portanto agora é continuar a terapia ocupacional e esperar resultados.
Não será nada que não consigamos ajudá-lo a superar.