Posso dizer que fomos estrear a piscina este ano. Foi muito bom, mas o melhor do fim-de-semana foi mesmo o domingo passado com amigos no Parque do Alvito.
Chegámos logo de manhã, levámos piquenique e assentámos arraiais numa mesa à sombra de dois grandes chapéus. Já passava das 4 da tarde quando a falta de sestas se começou a evidenciar e viemos embora.
As mães e os pais puseram a conversa em dia, os filhos andantes brincaram e correram até mais não (deliraram com o piquenique) e os filhos bebés passaram o dia de laréu à sombrinha, entre colos e maminhas.
Na casa-de-banho, preparamos os miúdos para a cama enquanto prolongamos uma conversa que já vem do jantar sobre problemas sociais de miúdos que conhecemos.
Paramos quando ouvimos uma voz a repetir, com ar de quem está a memorizar aquilo que acabou de ouvir:
Adora desenhar caras, pessoas e baleias(?!?!). E de fazer o contorno da mão.
Havia já algum tempo que eu lhe perguntava onde estavam os braços e as pernas das caras que desenhava. Desta vez, não só incluiu os braços (mesmo que a meio metro do corpo) como ainda fez pernas e não se esqueceu dos sapatos.
À parte dos desenhos, a actividade artística do momento é esta:
Interessa-se por tudo, desde os brinquedos aos folhetos de supermercado, passando por todas as utilidades domésticas que vou usando com ele ao colo, como molas ou tupperwares.
Porém, só há duas funções conhecidas para todos os objectos em que toca: lamber e batucar.
Ontem o pai João colheu as primeiras ervilhas. Hoje chegaram-me os espinafres.
Tudo vindo da nossa mini-horta do quintal onde pai e filho (mais velho) trabalham com tanto afinco. Eles semeiam, regam, cuidam, arrancam ervas daninhas...
O mais novo continua muito entupido e o mais velho até faltou à natação para evitar piorar a constipação.
Mas, como somos paizinhos cheios de juízo, depois da sesta da tarde, fomos dar uma volta à feira com direito a pãezinhos com chouriço, farturas e carrosséis. E muito vento fresquinho...
Fui sozinha com os dois para as urgências do hospital.
Esperou que eu fizesse a inscrição, esperou que nos chamassem, esperou que o médico escrevesse (vagarosamente e letra a letra) todas as informações no computador, esperou que o médico espreitasse e ouvisse todos os cantinhos do mini, esperou que o irmão fizesse os aerossóis, esperou mais uma hora e tal até a febre baixar aos 38º e o médico nos dar alta.
Esperou e não desesperou nem fez desesperar.
Fez desenhos em papéis de multibanco, lançou aviões de papel feitos de talões de compras, leu e releu o seu livro sobre dinossauros, cantou e conversou comigo.
Tudo à hora em que supostamente devia estar a dormir a sesta de que tanto precisa.
Portanto, as próximas vezes em que ele se portar só como um miúdo normal de 2 anos, eu vou lembrar-me de hoje. Que ele só tem 2 anos e muito já faz ele.