No primeiro dia útil de Maio temos de o deixar em algum sítio e a creche do filhote só o recebe em Setembro.
O que havemos nós de fazer a este besnico?
Inscrevê-lo por 3 meses numa outra creche (e passa por duas adaptações a creches) ou perguntar por aqui (ou perto do trabalho) se há alguém que tome conta de bebés (e ter de confiar em recomendações de terceiros)?
O pai João está a arrumar a cozinha depois do jantar, enquanto nós queimamos os últimos cartuchos de brincadeiras antes de ir para a a cama.
De repente, ouve-se um enorme estardalhaço de tachos a cair no chão. E enquanto eu, sem me levantar do chão, lanço um irónico Não partas tudo hoje, hein?, ele vai direito à cozinha de dedo espetado no ar e ameça:
Ó pai, não faças isso!! Olha que vais para a sala dos bebés!!
Foi (e é!!) um avô muito orgulhoso dos três netos e agora anda maravilhado com os bisnetos. Ontem, numa visita que fizemos de surpresa mas que ele parece ter adivinhado, estendeu-me um papel.
O desafio veio de uma mamã da blogosfera:
a) Escrever uma lista com 8 coisas que sonho fazer ou com as quais sonhe:
b) Convidar 8 bloguistas a responder ao mesmo.
c) Comentar no blog de quem partiu o desafio.
d) Comentar no blog de quem desafiamos.
e) Mencionar as regras
1. Os filhos, sempre os filhos...
Sempre saudáveis, realizados e felizes. Com tanto apreço pela família com eu.
2. Um dia, estar exactamente na posição dos meus avós.
Velhotes, mas com a companhia um do outro e com saúde; rodeados pelos dois filhos criados, saudáveis, com empregos e famílias estáveis; pelos três netos giros, saudáveis e ajuizados; e pelos, até ver, dois bisnetos fantásticos.
3. Ter, pelo menos, mais um filho. De preferência, mais dois ou três.
Nos sonhos não se pagam creches. E não fazem birras de meia-noite ao final do dia, nem dão más noites.
4. Não ser obrigada a trabalhar.
Não é ser dondoca... eu até adoro o trabalho que faço... mas gostava de poder trabalhar menos horas, para dedicar mais aos meus filhos, ao namoro com o marido e, sejamos honestos, a mim. Às leituras, aos passeios, ao ginásio, aos encontros com os amigos...
5. Ter uma conta bancária mais recheada.
Não é preciso ganhar o 1º prémio do euromilhões, bastava não ter de me preocupar todos os dias em chegar ao fim do mês com dinheiro na conta.
6. Viajar. Sempre que e para onde me apetece.
Quénia, Nova Zelândia, Nova Iorque, Peru, Índia, Austrália...
7. Não sermos (eu e a família toda) alvo de doenças.
Passageiras, crónicas, incapacitantes, degenerativas ou incuráveis.
8. Concretizar todos os sonhos que eu for desejando.
Qual lâmpada mágica com um génio inesgotável.
Considerem-se todos desafiados.
Com ou sem blog, com ou sem paciência para pôr ideias por escrito, sabe sempre tão bem pensar nos nossos sonhos. Concretizáveis ou não...
Ainda estranho quando me perguntam pelos meninos ou quando falo nos meus filhos ou nos miúdos.
Eu estranho, mas quando ouço ou uso este plural... sabem-me a mel as palavras.
A um chocolate que vai derretendo lentamente na boca. Como eu, que quase que paro de atribuir significado ao resto da frase e apenas fico a ouvir cá dentro o eco dos meninos, dos filhos, dos miúdos.
Estou irremediavelmente babada e orgulhosa da minha prole.
Exibe-o a qualquer pessoa que se aproxime e dirige-se-lhe com a maior meiguice do mundo. Rodriguinho, fofinho, maninho, pequenote...
Aflige-se e preocupa-se tanto que nos faz saltar e ir atrás dele quando lhe ouvimos o eu vou lá! sempre o irmão chora. Faz-lhe festas, impinge-lhe a chucha, lambuza-o com beijos e vai descobrindo este mundo novo que se vai abrindo todos os dias. Quando eu era bebé... é a nova expressão que usa e que me delicia. Ele, que ainda é tão bebé, fala do tempo em que era bebé. Isso e ouvi-lo dizer Eu ainda sou pequenino... Não chego ao céu!
Não podia ter tido melhor adaptação. Em casa continua o mesmo, embora com as coisinhas próprias da idade; na creche dizem-nos que, não soubessem elas que lhe tinha nascido o irmão ou não falasse ele no mano, e não dariam conta de nada.