Assim têm sido as noites. Um misto de cama nova e constipação brutal, salpicado com pesadelos e agitações do dia que se transferem para a noite.
Por partes:
A cama nova tem sido muito bem aceite. Não estranhou, (ainda) nunca caiu ao chão e esta semana quando um vizinho nos bateu à porta, interrompeu a conversa para lhe gritar da sala Olha, eu tenho uma cama nova!
Apesar de tudo, a cama dos pais (sítio onde dormiu raríssimas vezes durante a noite) parece ser cada vez mais apelativa...
A dificuldade em conciliar o nariz tapado com a chucha na boca faz sem dúvida estragos. A chucha cai-lhe, ele irrita-se e dá voltas e voltas na cama. Depois chora e vamos descobrir-lhe a chucha enrolada aos pés da cama ou entre o estrado e a parede...
Sem falar, claro, nas sessões contínuas de tosse!
E depois há os pesadelos com os monstros e com tudo o que o preocupa e ainda as coisas do dia que lhe invadem os sonhos. Esta noite, pela 1 da manhã, fui encontrá-lo agitadíssimo:
Eu vou... eu vou...
Vais onde, filhote?
Ao correio! Eu vou buscar o correio!
Andamos de rastos!
Todos! Ele incluído.
Exemplo: hoje às 6 da manhã, sentado na cama, insistia que já tinha dormido tudo. Lá o convenci a dormir mais um bocadinho (tarefa nada fácil, principalmente sem perder a paciência) e às 7, à hora a que se devia levantar, estava ferradíssimo e foi um castigo para o tirar da cama e para o vestir sem birras de meia-noite...
A menos de um mês de conhecer a bi-maternidade, hoje passei a ser bi-madrinha.
Não aguentámos a espera até amanhã e fomos vê-lo, ansiosos. Nós, curiosos de conhecer e pegar no afilhado; ele ainda muito sossegadinho, muito enrugadinho com ar de quem nem quatro horas de vida tem cá fora.
A partir de hoje, os dias 18 vão ter outro signifiicado.
Benvindo a este lado do mundo!
A registar:
A família que se tornou maior, o parto da minha amiga que correu tão bem, a excitação muito bem-comportada do mano M., as memórias em catadupa de tudo o que também vivi (e vou voltar a viver) naquele sítio, o ar surpreso e desapontado do filhote quando nos viu voltar a casa dos avós sem o S. (acho que ele pensava que voltaríamos com ele...).
Mais um, parece-me que o último dos tempos mais próximos.
Saiu de casa a cantar, aos saltinhos para ir ao conxêto com o pai. Foram só os dois, com a promessa de voltar com travesseiros para a gulosa da mãe.
Mesmo adoentado, gostou, divertiu-se e desta vez teve até coragem de tocar num dos instrumentos à disposição.
O resto do dia foi passado em família (o que eu adoro estes dias!) com o filhote a fazer as delícias dos adultos e muitas conversas centradas no mini-filhote.
Muitos parabéns avô M.!
Tomara todos os filhos terem um pai destes e todos os netos um avô assim!
É claro que ter a roupa dele toda lavada de maneira a não ter gavetas para tantas camisolas e calças só podia ser fruto de um sexto sentido próprio das mães.
No espaço de hora e meia já vomitou todos os cantinhos do tapete da sala e pôs umas manchas valentes no sofá. Isto sem falar no chão lavado à esfregona e nas 4 mudas completas de roupa que já fazem à vontade, juntamente com roupa minha vomitada por ele e almofadas e mantas de sofá... umas 2 ou 3 máquinas de roupa.
À partida não deve ser nada viral...
Inclino-me mais para uma primeira ronda de vomitado provocada pela expectoração (coisa à qual ele é muito sensível) seguida de uma escolha de lanche muito má - iogurte - que deve ter feito alguns estragos no estômago.
Já ligámos para a Saúde 24 (mais para saber o que lhe faço ao jantar) e agora estamos de prevenção.
Saem-lhe da boca expressões como tenho o rabo gelado ou a equiqueta (etiqueta) tá a magoar o rabo.
Apanhou, certamente na escolinha, a expressão ai este miúdo dita em tom de queixa (por exemplo, ai este miúdo não quer escrever ou ai este miúdo não quer sentar) que aplica à cadela, às folhas de papel ou a nós.
Zanga-se com os brinquedos, com a Ginja e connosco e, embora ainda não nos ponha de castigo (lá há-de chegar o dia) ameaça com um vou-me zangar contigo e logo a seguir acrescenta não tou a rir.
Hoje, enquanto o pai João fazia marcha-atrás no carro para ir às suas aulas do mestrado, dizia-me o pai vai à escola, vai misturar (estudar)!
Vivemos num sítio muito familiar e, sem contar com os cachopos que nos vêm bater à porta para perguntar se o filho e/ou a cadela podem ir brincar para a rua, às vezes enfiam-se mesmo cá dentro de casa.
Hoje a I., com 6 anos, andava na rua quando o pai João chegou com o filhote. Entrou em casa com eles e, depois de ir pedir autorização à mãe, lanchou com connosco.
Os dois, numa excitação total, não se calaram o tempo todo.
O filhote aprendeu com ela a molhar bolachinhas no leite antes de as comer e, depois do lanche enquanto brincavam na sala, ouvimo-lo contar muito contente:
... a um mês do nascimento do mano, o filhote tem uma cama nova.
Foi uma mudança pensada à última da hora, visto que estava previsto que o mini-filhote ficasse numa alcofa e que o filhote continuasse na sua cama de grades até o mano precisar dela (lá para os 4 meses).
Porém, o medo de que o ninho onde o mini-filhote vai dormir não coubesse dentro na alcofa e a excitação do filhote, no domingo, com as camas no IKEA fizeram com que a ideia tomasse forma.
Na terça começou a preparação psicológica (vais ter uma cama nova! que sorte! queres uma caminha nova? azul... e com bonecos! que espectáculo!) e o pai João foi comprar a cama e os acessórios necessários. Resultou tão bem que, quando o pai chegou à noite com as caixas e os saquinhos todos, queria montá-la de imediato.
Ontem quando chegámos, mudámos a cama de grades para o nosso quarto e pusemos mãos à obra com um filhote hiper-motivado com a ideia de ter uma cama nova.
E o resultado foi este:
Deitou-se, tapou-se, brincou, saltou na cama, levou bonecos e até a Ginja ajudou à festa.
Inesperadamente, a hora de deitar foi perfeitamente normal e a noite tão calma como todas as outras.
Terá sido sorte de principiante?
Sobre a coroa na cabeça, redescobriu a que trouxe da escolinha no último Dia de Reis e andou a tarde quase toda com ela posta.
Cheia de dúvidas em relação à roupa para mim e para ele, visto que desta vez está frio e não sei se o calor dentro da maternidade é igual ao que estava em Junho quando lá estive. De qualquer forma, é um record tendo em conta que na primeira gravidez só preparei as minhas coisas quando já havia contracções de 7 em 7 minutos.
E estamos em casa.
As contracções, cada vez mais e mais dolorosas, ditaram a sentença e tinha direito a estar de baixa desde segunda-feira passada. Ainda me arrastei para o trabalho na segunda e na terça e ontem, apesar de me ter custado menos a mexer, passei um fim de dia algo aflitivo entre dores e contracções.
Vejo-o tossir com a mão cuidadosamente colocada à frente da boca, com ar de quem sabe o que está a fazer.
Ora, o meu filho até é muito educadinho. Sabe pedir tudo com jeitinho, diz obigado; se faxavor; descupa, beijinho e abaço (os três logo de seguida para ter a certeza que fazemos as pazes) e por aí fora... Mas confesso que ainda não me tinha lembrado das boas maneiras quando se tosse ou espirra. Encorajo-o.
Ai tão bem! Assim é que é! Põe-se a mão à frente da boca quando se tosse! Quem te ensinou a fazer isso?