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pai João e mãe Sofia

pai João e mãe Sofia

Os meus "outros filhos"...

... também pressentem o meu afastamento temporário cada vez mais próximo.

   

Andam sedentos de atenção, tenho de os expulsar da sala para irem para o recreio e cercam-me a secretária ao mínimo sinal de disponibilidade da minha parte para me mostrar coisas e contar todos os detalhes, mesmo os mais pequeninos, das suas vivências.

             

Hoje durante o intervalo encheram-me o quadro de desenhos e recados coloridos que foram direitinhos ao meu coração... e me fizeram passar-lhes metade dos trabalhos de casa que tinha planeado.

    

E ainda bem que tinha levado as imagens da ecografia de ontem para lhes mostrar no fim da aula...

      

O desfralde...

... tem sido feito de altos e baixos.

  

Há semanas em que não há um único descuido ou em que é raríssimo acontecer; outras, não sei se influenciadas pela chuva, são um verdadeiro desastre.

  

Estamos numa semana destas...

No sábado molhou-se desde o pescoço até aos pés durante a sesta, todos os dias temos levado roupa lavada para a escolinha e hoje veio com dois conjuntos molhados e pelo caminho conseguiu sujar um terceiro. Sobre ontem... só digo que a compra de vários pares de calças e um pack de dez cuecas foi bastante inteligente... 

 

É suposto haver (mais) retrocessos quando o mini-filhote nascer?

      

33

Dia da última ecografia.

Com uma logística deveras complicada se fosse de outro modo, levámos o mano mais velho connosco.

   

Uma estreia (que esteve mesmo para não acontecer) em grande! 

Explicámos-lhe (dentro do possível) que íamos ver o mano, mas não o traríamos para casa porque ele ainda vai ficar na barriga da mamã a crescer mais um bocadinho antes de nascer. Ele sabe que o mano vem para casa no Natal...

          

Observou tudo atentamente, encolheu-se a ouvir o coração pequenino e acelerado, riu-se em alguns momentos e repetiu (como que a confirmar) algumas das informações dadas pela ecografista. No fim, já depois de desligado o aparelho e enquanto eu limpava melhor o gel que fica na barriga, disse adeus ao mano e saiu todo contente com o DVD nas mãos para mostrar aos avós.

      

  

O mais novo parece estar 5 estrelas.

Estimou-se-lhe o peso em 2,010kg (mas o V. também foi estimado num percentil 75 para depois nascer com 2,610kg), está cefálico (coisa que uma segunda gravidez também nos diz sem ser preciso ver para saber...) e pareceu-nos ter um narizito menos arrebitado que o do mano mais velho, embora mais comprido. 

   

Mini-filhote, mais duas ou três semanas e podes vir quando quiseres...

As suas histórias...

... normalmente começam com o aviso, com ar grave e sério, de que é uma históia impotante.

Recomenda-nos cabelo atás das orelhas, óios bem abétos e boca fechada, zzzzzzzt! (e corre um fecho imaginário sobre a boca) e às vezes temos mesmo de nos sentar com perninhas à chinês.

      

Depois começam sempre com era uma vez ou um dia e os depois, os e repente e os irritanto (vulgo entretanto) servem para intercalar os acontecimentos que se vão sucedendo. Usa preferencialmente as mesmas palavras e frases do que nós, mas volta e meia também inventa ele um enredo totalmente novo (e tonto). 

    

Todas as personagens têm uma voz diferente, acabam sem excepção felizes pa sempe e é claro que não há história que termine sem um vitóia, vitóia, acabou-se a históia, logo seguido de um com pauzinhos de pimpimpim, o conto chegou ao fim.

    

     

Está uma delícia!

E um mix de vivências nossas e da escolinha. 

         

Filho do pai

Demora aaaaaannnnooooossss a almoçar ou a jantar.

 

A sopa é despachada num ápice porque a come antes de nos sentarmos todos e porque lha damos à boca. Mas o resto...

   

O resto é comido em família, entre conversas, brincadeiras e muitas invenções dele. Pelo meio lá se lembra que tem comida à frente lá vai mais colherada ou garfada.

  

Eu como, e espero, e desespero... Vou ajudando de vez em quando mas a maior parte das vezes quer comer sozinho, ao seu ritmo, fazendo-me lembrar o pai João que me rosna um não me apresses nos dias em que me impaciento mais.

 

Ontem, vencida, fiz batota.

Distraí-o e tirei-lhe da frente a tigela que ainda tinha 2 bocados de maçã. Ele ficou baralhado, mas engoliu a patranha e lá saiu da mesa.

    

Não se faz, eu sei... mas estávamos a jantar há quase 90 minutos.

Em contagem decrescente

Nos últimos dias, a preocupação tem sido com o dia em que o mini-filhote vai nascer e com a logística que envolverá o filho mais velho. É que sendo impossível prever se nasce num dia de semana ou de fim-de-semana (sem falar em manhãs, tardes ou noites) é difícil traçar um plano. 

Mói-me a perspectiva de estar tantas horas sem o filho de quem nunca me afastei antes. E ele sem mim...

    

E há também a dúvida sobre a visita dele à maternidade.

Neste momento não vejo bem o benefício em levá-lo a um sítio desconhecido, ver-me deitada numa cama, com a mobilidade ainda mais reduzida, ocupada a tratar de um bebé que não é ele e, cereja no topo do bolo, vir-se embora enquanto eu fico... 

Acho talvez preferível que o pai o leve apenas no dia em que saímos da maternidade e virmos todos juntos para casa... Afinal, se tudo correr bem, serão apenas dois dias. 

Mas até lá... ainda posso mudar de ideias...

 

Apesar das 32 semanas, sinto o meu corpo mais do que preparado.

A barriga está mais do que esticada, o umbigo plano, o peito a produzir o que deve e as contracções cada vez mais fortes, a ocuparem cada vez mais tempo do meu dia.

 

Não ajuda a alergia respiratória que teima em não passar, nem a casa com escadas pelo meio (acho que só gosta de um duplex quem nunca viveu num, principalmente com uma criança pequena) e as brincadeiras de chão como os tantos colos que me pede e que eu adoro dar também fazem as suas mazelas.

         

As mini-roupas estão organizadas e contabilizadas... mas ainda por lavar, secar e dobrar. E a culpa, mais do que tudo, é das manchas que o tempo se encarregou de pôr nas roupinhas que foram do filhote.

Só de pensar que tenho primeiro de as demolhar e esfregar... fico sem vontade de começar. Não falando, claro, em tratar dos mini-lençóis e das mini-toalhas de banho e das mantas, mantinhas e xailes.

 

Diz a barrinha da gravidez que faltam menos de 50 dias... ai faltam, faltam!

        

Foi só uma hora...

... mas a mudança teve um tal impacto no certinho e rotineiro do meu filho, que, de tão cansado, almoçou só uma banana no meio de uma grande birra, e às 6.30 da tarde já andava a falar no banho e no jantar que (para ele) tardavam em chegar...

   

E é só por isso que viagens com direito a jet-lag estão, de momento, fora de hipótese...

Conversas

 Mãe... o Rafael?

  

O Rafael?! Não sei...

(não faço ideia quem é o Rafael)

   

Mas mãe... Onde está o Rafael?

   

Olha filho... deve estar... em casa com a mamã dele...

    

Hum... Não me parece...

 

Apanha todas as conversas e as palavras que usamos, desde o gajo que o pai João chama a um camionista que se atravessa à nossa frente na estrada, até ao melodramático que eu utilizo num relato mais efusivo ao jantar.

    

Interfere em todas as conversas, seja para perguntar coisas que não têm nada a ver, seja para repetir o que dizemos, e muitas vez dá a sua opinião ou diz que tem uma boa ideia! (com o dedo indicador colado ao queixo).

   

Deixámos de contabilizar as cantigas e as lengalengas que aprende na escolinha porque é impossível. São às dezenas e ele canta-as (ou di-las) quase em catadupa, umas a seguir às outras, para nos mostrar ou só para ele mesmo enquanto brinca sozinho. Há algumas que conhecemos, mas outras não e é difícil segui-las porque ainda come algumas palavras das ditas.

  

Já mostra muito sentido de humor em algumas situações e adora fazer-nos as perguntas que lhe costumamos fazer a ele ou dizer-nos uma palavra que ele acha difícil seguido de um agora diz tu! Claro que os nossos sucessos são sempre aprovados por ele com um Espectáculo!, um Boa, mãe! ou um Muito bem, pai!.

    

E já disse que é o primeiro a saltar quando o telefone toca e que não se cala enquanto não o deixamos falar um bocado com quem está do outro lado?

E ele fala mesmo!

    

   

Eu sei que é próprio da idade, que todos devem fazer o mesmo, senão até mais, e tudo isso...

Mas este é meu e por isso quando o ouço com tiradas novas fico de lágrimas nos olhos ou  falha-me a respiração de tanto orgulho.

  

Está lindo, lindo, lindo...

        

O parto difícil dos nomes

Da primeira vez  fizemos duas listas gigantescas, uma cor-de-rosa e outra azul, onde se incluíam nomenclaturas fantásticas como Vitória ou Gaspar. E fomos riscando um nome aqui e outro acolá até ao dia em que soubemos que teríamos de optar pelos nomes masculinos.

   

Das hipóteses, lembro-me de Rodrigo, Vasco, Sebastião... e os dois que ficaram até ao fim: Gonçalo ou Vicente.

Passámos os últimos meses sem nos conseguirmos decidir (com uma fase pelo meio em que lhe chamávamos ora Gonçalo, ora Vicente, em semanas alternadas) até que ficou decidido que só depois do bebé nascer é que haveria alguma decisão.

  

É claro que quando ele nasceu, numa quarta-feira à noite, ainda acrescentámos Afonso à dúvida entre Gonçalo ou Vicente, e o filhote recebeu as primeiras visitas na quinta à tarde sem nome definido.

   

Na sexta-feira eu continuava embevecida com o filho, com a facilidade com que tudo tinha decorrido, entretida a observá-lo e a decorá-lo, ocupada com horários de maminhas e trocas de fraldas... e sem a mínima vontade de me preocupar com questões mundanas como a escolha de um nome.

Mas, pressionada pelo pai João (que não estava sob o efeito da epidural como eu) lá tomámos a decisão: Vicente.

   

E é obvio que eu, já tão decidida por natureza, ainda para mais abananada com a anestesia, no sábado de manhã acordei cheia de vontade de lhe chamar Gonçalo.

O pai João já não deixou... E ainda bem!

  

 

     

Desta vez, as primeira listas, a azul e a cor-de-rosa, foram apenas mentais. Cheias de dúvidas e ainda com menos pressas do que da primeira vez. 

 

No dia em que soubemos que vinha aí outro rapaz, a ecografia teve de ser feita em duas partes devido à posição do filhote que não deixava ver a cara nas devidas condições. E, entre a espera pela segunda volta e duas barras de chocolate (para o cachopo se mexer e mudar de posição) fizemos uma lista. Esta lista, que depois ficou reduzida a esta

    

E na verdade, continuaríamos assim, felizes, contentes e sem pressas, com três nomes na calha, até ao dia em que nascesse (ou uns dias depois). 

   

Mas depois há o Simão, que há-de nascer nas próximas semanas, e que confundiu totalmente a cabeça do filhote maior. Se a barriga da S. se pode chamar Simão, a minha também devia poder, porque ele passou a falar no mano Simão.

   

E à quinquagésima vez em que o ouvimos falar no mano Simão, percebemos que a decisão não poderia demorar muito. Que seria impossível esperar até que o mano viesse conhecer o mundo deste lado.

 

E é por isso que o Rodrigo já tem nome, mesmo ainda antes de nascer...

 

Um dia, Rodrigo, agradeces ao mano V!

    

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