Mesmo que durante o dia inteiro só tenha contacto com o filhote durante os primeiros cinco minutos de cada refeição e as únicas palavras que lhe ouço sair da boca são os gritinhos de excitação vindos da brincadeira que nunca pára no quarto da princesa.
À escolinha que adora e onde gosta tanto de estar?
Às amigas crescidas que lhe tecem elogios atrás de elogios sobre os mimos, as palavras, a autonomia, o desfralde e as refeições?
Aos amigos pequeninos com quem adora brincar e pintar e de quem tanto falou durante os dois meses em que esteve de férias?
Depois do bocadinho que lá passou na 5ª feira, na 6ª feira almoçou e (o pai João convenceu-me) dormiu a sesta. Saiu às 3 e meia, hora a que sai sempre, feliz e cheio de novidades sobre o dia.
Está portanto mais do que (re)adaptado e é um descanso sabê-lo assim.
... há plasticinas para moldar, tintas onde molhar mãos, pés e pincéis, lápis, canetas, carimbos e folhas de todos os tamanhos e cores para dar asas à imaginação.
Também há tambores, xilofones, harmónicas, flautas e cornetas, guizos, violas e até um mini-acordeão. Toca todos até à (nossa) exaustão e parece-me que veio da última semana de férias cheio de saudades dos seus instrumentos musicais.
Eu adoro poder deixá-lo explorar à vontade a criatividade e a veia artística.
Mas às vezes... às vezes o barulho dos instrumentos é tanto que me sinto a mãe do Calvin, abro-lhe a porta e despacho-o com um Vai tocar um bocadinho lá para fora. Está um dia tão bonito!
Depois de acordar a desejar retroceder no tempo (de preferência ao início das férias), o golpe final foi ouvi-lo ensonado a pedir o mimo da manhã na cama dos pais.
Mas a mariquinhas sou só eu, porque ele saiu de casa entusiasmado com a ida para a escolinha, ficou ao colo da educadora com um sorriso e quando o fomos buscar às 11.30 (pensando que estaria ansioso por vir embora), pediu o almoço no refeitório com os amigos todos.
Passou o resto do dia no nosso trabalho, nos mimos das tias todas, e com a paragem técnica no Vasco da Gama para umas compras, chegámos ao carro às 6 e dorme até agora.
Está um independente!!
(E espero que nos próximos dias o entusiasmo se mantenha...).
... nunca lhe contei a história do Capuchinho Vermelho. É uma falha, eu sei.
Mas as memórias mais antigas que tenho são talvez as dos pesadelos que tinha por volta dos três anos, com o Lobo Mau a perseguir-me pelos corredores do colégio onde eu andava.
Eu até sei que as fantasias que ele vai criar serão certamente diferentes das minhas, que mesmo não lhe contando as histórias do Lobo Mau, a aprendizagem da gestão do medo terá de ser feita, provavelmente com outros escapes.
Ainda assim... prefiro ir contando as histórias da Carochinha e da Branca de Neve.
A grande maioria das sestas também tem terminado sem chichis embora os descuidos durante o dia, principalmente nos momentos de brincadeira, continuem a acontecer de vez em quando.