Tive sorte com o lugar onde estacionei o carro, sorte com a fila que escolhi para entrar, sorte com o lugar onde ficámos a ver o concerto e muita sorte com a companhia.
Do alto do meu pouco mais que metro e meio consegui ver o palco de uma ponta à outra (coisa raríssima) e o espectáculo foi... fantásticamente fantástico!
O filho mais novo é que, por mais que a música tenha sido boa, por mais que aqui a mãe tenha vibrado ao som do Give it to me ou do Like a prayer, só se manifestou com as sandes, as bolachinhas e os pacotes de sumo com que fui reabastecendo energias.
Veio no carro a falar de um porco que comeu uma bolota.
Tentei saber se era uma história ou uma canção ouvida na escolinha. E, apesar da insistência dele em falar no porco e da minha em tentar descobrir mais, não consegui perceber... Ele ainda se baralha muito com os dias, com aquilo que fez e aquilo que gostava de fazer e, muitas vezes, o que conta é influenciado pelas nossas perguntas.
À noite, não queria vestir o pijama e, para o distrair, falei-lhe no porco.
Conta lá à mãe. O porco comeu a bolota... e depois, filho?
The network of nerves in your baby's ears is better developed and more sensitive than before. He may now be able to hear both your voice and your partner's as you chat with each other.
Já me vão perguntando se falo com ele, se lhe conto histórias ou ponho música como fazia com filhote mais velho. Gente que certamente não tem um segundo filho.
No segundo, nada disto tem de ser forçado.
Ouve as histórias que o mano ouve e até as que ele conta. Não deve haver Porquinhos, Brancas de Neve, Tremeliques, Noddys, Rucas e Carteiros Paulos que lhe escapem; assim como Beethovens e companhia para bebés, Leopoldinas, Músicas da Carochinha e Lovely Babies.
Numa bolacha meio comida vê um barco e num pedaço de pão já trincado descobre um crocodilo.
Com um pano embrulhado numa garrafa simula que está a comer uma banana e dois lápis servem perfeitamente para microfones (um para ele e outro para mim).
De uma garrafa de água faz uma corneta e com a mangueira do quintal inventa um monstro assustador que entra pela janela da sua nova casa.
Já joga a este faz-de-conta há algum tempo e hoje chegámos ao cúmulo de ver um telecomando de um carro virado ao contrário e transformado num bolo, cortado por uma faca que na realidade era uma chave de parafusos da sua caixa de ferramentas.
Cantou os parabéns, partiu uma fatia para ele, partiu outra para mim e pediu-me para provar um bocadinho.
Agora que tem a sua própria casa instalada no quintal, um dia destes ainda havemos de ir dar com ele a fazer as malas para se mudar para lá.
É a nova coqueluche dos seus brinquedos e é um gozo vê-lo lá dentro a recitar o espelho meu, espelho meu em frente ao espelho que se transforma em mesa e no entra e sai do olá vizinho! e queres entá?
O novo corte de cabelo.
Hoje foi cortar o cabelo e perdeu (temporariamente) os seus caracóis. Durante as tesouradas portou-se lindamente, em frente à televisão que mostrava o Ruca e depois da lavagem cerebral sobre cabeleireiros que lhe fomos fazendo nos últimos dias.
A farpela.
Vê-se a camisola verde que não combina com os calções floridos e as sandálias cor-de-laranja que também não fazem par com nada. É o resultado de ter chegado a casa e ter enfiado a primeira coisa que apareceu para ir à piscina nadar, saltar e ver os outros mergulhar.
Não se percebem os calções ainda molhados, mas com tempo suficiente para estarem já todos sujos do banco empoeirado do baloiço que (também não se vê, mas) está ao lado da sua nova habitação.
Tem uma vidinha muito triste, este cachopo, não tem?
Como o pai João precisava de estar num sítio logo depois de almoço, combinámos ir buscar o filhote à escolinha assim que ele acabasse de almoçar.
Chegámos à creche quando ainda estava no refeitório e, apesar de já ter almoçado (e repetido!), exigia mais fruta.
Ficou felicíssimo por nos ver, por nos termos sentado à mesa com ele enquanto repetia a sua fruta, por irmos com ele até à sala onde pedi para que o levassem a fazer chichi antes de sairmos... mas não gostou de ter de vir embora.
Bora não! Domí!!! insistiu inúmeras vezes connosco, no mesmo tom vagaroso e paciente que uso quando lhe tento explicar algo difícil de entender. Domí escolinha... amigos...
E por mais que lhe disséssemos que poderia dormir no carro ou que amanhã já dormiria com os amigos, veio embora muito contrariado.