Conversas
- Como te chamas?
- Ixenxe.
- E quantos anos tens?
(de dedo espetado no ar)
- Um!
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- Como te chamas?
- Ixenxe.
- E quantos anos tens?
(de dedo espetado no ar)
- Um!
Adoro lê-los e tenho uma lista de favoritos que costumo verificar todos os dias, embora seja muito raro comentar e só o faça em alguns deles.
Partilham-se experiências sobre os miúdos e assuntos corriqueiros do dia-a-dia, ensinam-me muita coisa e tenho a oportunidade de observar perspectivas muito diferentes das minhas, aspecto de que gosto muito.
Mas, se por um lado, às vezes fico ansiosa porque X ou Y com a idade do meu filhote já diz milhares de palavras e até já faz frases complexas, ou porque A ou B é muitíssimo mais novo e já faz habilidades que meu nem em sonhos vai fazer tão cedo...
Por outro, quando leio sobre meninos que usam as maquilhagens das irmãs, partilham pulseiras e barbies, e cujas preferências se ficam pelas brincadeiras às cabeleireiras e limpezas, fico mais descansada.
Relaxo com o fascínio dele por toda a minha bijuteria, com a excitação dele com as roupas das meninas assim que entra numa loja e, particularmente, com o hábito do filhote em tirar da gaveta da cómoda as suas cuecas (que usou raríssimas vezes) e passear-se pela casa com elas enfiadas na cabeça, enquanto dança e bate palmas...
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... ficou marcada pela morte de uma pessoa que conheciamos apenas na sua função de pai.
E a coisa abalou-nos...
Pelo facto de conhecermos a pessoa, por conhecermos ainda melhor o filho, por toda a história e pelo pensamento no futuro dos dois que ficaram.
Pela simples suposição de que poderá acontecer a qualquer pessoa. Mesmo a um de nós...
E é tão inimaginável perder um filho como a possibilidade de não estar cá para o ver crescer, para lhe fazer ver todos os dias o quão é importante para nós.
O pai João diz que não faz sentido.
Ficou um pai sem acompanhar o crescimento do filho de 8 anos, ficou um filho único orfão de pai, ficou uma mulher sem companheiro, ficou um sofrimento inexplicável que se arrastou longos meses e culminou no desejo de todos que tudo acabasse com a maior brevidade possível.
E resta-nos reformular tudo aquilo que desejamos no início de cada ano.
Afinal, queremos saúde, muita... e sorte.
Foi acordado bem cedinho, comeu a papa ainda em casa e foi já vestido para a escolinha (novo ano, nova rotina).
Entrou na sala bem-disposto, sem olhar para trás, pelos vistos cheio de vontade de voltar para as brincadeiras com os amiguinhos e as amigas grandes.
Fui buscá-lo à hora do costume, mas ainda estava a dormir a sesta (que a vida de estudante cansa) e voltou para casa com um entusiasmo contagiante e muita conversa.
Correu-lhe bem o dia!
E assim sendo, a nós também...
- Cão, não!
Dito sempre que tem qualquer coisa comestível nas mãos, enquanto se roça na Ginja para lhe fazer pirraça.
É claro que ela, à menor desatenção dele, lhe rouba a bolacha, o pão, o pedaço de fruta, ou que quer que ele tenha...
É o que tem feito nas últimas duas semanas.
Em palavras, em descobertas, em malandrices e em afectos.
As birras, que nos estavam a deixar desesperados, desapareceram subitamente assim que entrámos de férias. A calma, o mimo e a falta das rotinas apressadas do dia-a-dia fizeram mais milagres que todos os conselhos que o pediatra nos deu.
Não se pense com isto que temos um anjinho cá em casa. Desenganem-se.
Os olhares de desafio são cada vez mais expressivos e a vontade de fazer o contrário só para ver a nossa reacção também tem sido o prato do dia.
Tem é sido relativamente fácil, dar-lhe a volta.
O número de palavras que diz também cresceu exponencialmente e já começa a conversar connosco. E apesar de continuar a preferir os gestos para se expressar, vai usando as palavras que sabe cada vez com maior frequência.
Mas a cereja no topo do bolo são os mimos. Estão cada vez melhores.
Já não se limita a recebê-los ou a procurá-los. Agora, oferece-os a quem lhos peça e tem sido comum ser surpreendida com beijos, abraços e festinhas dados de livre e espontânea vontade, no meio dos momentos de brincadeira.
Só é pena que depois de amanhã deixe de ser possível continuar a gozar o filhote 24 horas por dia.
... foi uma queda da cama abaixo.
Ao contrário do ano passado, em que à meia-noite estava para as curvas e contra-curvas, este ano às 23h já dormia a sono solto, no quarto da D., em casa do padrinho.
Já bem depois da meia-noite, ouvimos o estrondo e o choro logo seguido.
Não houve estragos (leia-se, galos) e sossegou quase de seguida, assim que se sentiu ao meu colo, com a chucha na boca e o Óó nas mãos.
Só esperamos que este primeiro acontecimento de 2008 não influencie o resto do ano.
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Que seja um ano com saúde, com alegria, recheado de amigos e familiares, com esperança nos sonhos que temos, com perseverança para os concretizar.
Sem querer pedir demais, uns euros extra também fazem falta...
Para nós e para todos, um ano muito feliz!!